MAPA MENTAL - MENTAL MAP
O QUE SÃO E PARA QUE SERVEM OS MAPAS MENTAIS?
Observe o mapa a seguir:
Fonte: http://www.ibge.gov.br/ibgeteen/atlasescolar/mapas_brasil.shtm
Você seria capaz de produzir um mapa mental observando quantas coisas estão se modificando nos trajetos que você realiza no seu dia a dia? O lugar onde vivemos, geograficamente falando, são espaços móveis, ou seja, não são estáticos, possuem vida no sentido de que sofrem transformações. Essas transformações podem ser tanto naturais, como um grande deslizamento de terra resultado de uma temporada de chuvas ou transformações antrópicas, aquelas realizadas pelo homem, como desmatamento de uma área para construção de um condomínio residencial.
Talvez muita gente não tenha a mínima idéia de como comprovar essas transformações, mas temos dentro de casa um material muito importante nesse sentido: as listas telefônicas. Você já percebeu que nessas listas existem “mapas”? Mais precisamente, plantas de ruas dos bairros onde moramos? Você já utilizou essas informações alguma vez? Conseguiu entender o funcionamento desses “mapas” ou preferiu pedir pra alguém fazer, de próprio punho um “mapinha” pra você?
Mas antes de continuarmos discutindo sobre os mapas, vamos rever dois conceitos importantes para a Geografia. Você percebeu que mencionamos a palavra lugar e espaço. É preciso que fique claro que são conceitos diferentes com significados diferentes. O conceito de lugar esta ligado às questões culturais que nos envolvem, como por exemplo, as pessoas que moram perto, nossos vizinhos, nossos amigos, os trajetos que gostamos de fazer por razões múltiplas, pela cor das casas que nos agradam, por causa do cheiro, talvez, de uma fábrica de biscoitos que existe próximo, das flores, os jardins que conhecemos.
Os lugares estão diretamente ligados às informações que recebemos desde criança, inclusive aquelas recebidas pelos nossos pais, quando nos contam histórias sobre certa rua ou uma casa que era muito antiga, de certo rio onde brincavam e que atualmente esta poluído ou canalizado, enfim, para ser um lugar é necessário que exista sentimento de pertencer à ele, de perceber mais que um espaço qualquer, mas que tenhamos afeto por ele, observe
Os seres humanos organizam e constroem suas percepções, utilizando-se de mecanismos biológicos, porém a cultura onde se está inserido tem relevância na construção dessa percepção, e essa construção cultural transforma simples espaços em lugares vividos, experimentados. (TUAN, 1980:128).
Já o conceito de espaço tem uma conotação diferente, justamente pelo fato de não apresentar essa conotação cultural intrínseca. Quando falamos de espaço falamos não mais de um sentimento de “conhecer de perto”, de “vivenciar aquela realidade”, como por exemplo, saber o nome da praça, das ruas principais, dos monumentos ou mesmo de determinado rio. O conceito de espaço parte do princípio que o homem o modifica e por isso esse não é estático, mas essas mudanças podem não trazer significações importantes para nosso dia a dia pelo fato de não pertencerem à nossa realidade. Por exemplo: a construção de uma nova rodovia no Estado de São Paulo pode não ter significado nenhum para quem mora no Estado do Piauí e vice versa.
Assim o espaço apresenta uma visão mais ampla em comparação com o lugar, observe:
Podem as formas, durante muito tempo, permanecer as mesmas, mas como a sociedade esta sempre em movimento, a mesma paisagem, a mesma configuração territorial, nos oferecem, no transcurso histórico, espaços diferentes. (SANTOS, 1996: 177).
Você percebeu que é importante ter clareza sobre esses dois conceitos, pois quando utilizamos os mapas encontramos esses dois conceitos embutidos nas suas informações.
Observe o mapa a seguir:
Fonte: http://www.ibge.gov.br/ibgeteen/atlasescolar/mapas_brasil.shtm
QUAL DOS DOIS CONCEITOS ACIMA CITADOS ESTÁ MAIS CLARAMENTE EMBUTIDO NESSE MODELO DE MAPA? DISCUTA COM SEUS COLEGAS APONTANDO AS RAZÕES DA RESPOSTA FORMULADA.
Agora observe esse outro mapa
Fonte: http://maps.google.com.br/maps
O primeiro passo foi dado, agora vamos fazer outro trajeto? Os navegadores dos séculos XV e XVI tinham os mapas como principal ferramenta a bordo. Você já parou pra pensar como eram carregados de significações os primeiros mapas que foram confeccionados? A confecção dos primeiros mapas tinha muito mais ligação com o conceito de lugar do que com o conceito de espaço.
Os primeiros mapas foram confeccionados por vários motivos, dentre eles, o de demonstrar até onde os navegadores conseguiram chegar, uma forma de comprovar para os seus financiadores de viagens que realmente conseguiram atingir seus objetivos. Mas imagine a seguinte situação: você realizou uma viagem para uma determinada cidade e precisa comprovar que realmente você esteve lá. Você poderia responder que algumas fotos ou um vídeo resolveria seu problema, mas, se isso fosse no século XVI?
Historicamente a evolução dos mapas tem um caminho trilhado e precisamos lembrar que assim como as paisagens se modificam (os espaços não são estáticos, lembra?) o homem também evoluiu ao longo dos tempos. Os homens primitivos conseguiram evoluir descobrindo novas ferramentas, novas formas de organização das caçadas, mas principalmente quando deixou de ser nômade e tornou-se sedentário, isso lhe conferiu grandes vantagens no seu convívio social. Observe o texto a seguir:
Assim como o homem evoluiu na sua convivência, saindo de um sistema de comunidade para um sistema de sociedade, os mapas evoluíram na mesma proporção.
As sociedades foram de modernizando, foram criando novas tecnologias, as formas de pensar os mapas também foram se adaptando ao longo do tempo. Os primeiros mapas eram verdadeiras obras de arte, no sentido pleno da palavra. Seu autor transportava para o papel (tecido, couro ou madeira) toda sua competência na arte de produzir imagens. Um bom exemplo de mapa antigo é esse lindo mapa da costa brasileira. Ele foi pintado na cidade portuária de Dieppe, na França em 1538. O que você nota de diferente nesse mapa? É o Brasil mesmo?
Fonte: http://www.serqueira.com.br/mapas/lob.html (acesso 30/09/2010)
Cada mapa produzido tem uma função específica que pode ser evidenciar o clima de uma determinada região, as formas do relevo, o índice populacional de uma cidade, enfim, os mapas têm sim uma FINALIDADE.
Mas como podemos usar um mapa para perceber nosso lugar? Como é possível usar o conhecimento que temos a nosso favor? A proposta é a utilização dos MAPAS MENTAIS.
Quando representamos algo num desenho, num papel, representamos segundo nossas influências culturais desenvolvidas ao longo de nossa vida. Quando desenhamos uma casa, uma árvore, uma fábrica para indicar uma localização num provável “mapinha de endereço” para um amigo encontrar nossa casa, por exemplo, estamos criando um mapa mental.
Diante disso, realize a leitura da canção de LÁ VAI O TREM
Lá Vai o Trem
Banda Blindagem (vocal Ivo Rodrigues)
(Paulo Teixeira, Alberto Rodrigues, Pato Romero e Paulo Juk)
Uh uh lá vai o trem
Lá vai o trem
Furando montanhas
Seguindo um caminho
De sonho e coragem
(lá vai o trem)
Lá vai o trem
Levando sobre os trilhos
O fruto do trabalho
Do homem da terra
(lá vai o trem)
Uh uh lá vai o trem
Lá vai o trem
Beijando a natureza
Mostrando a beleza
Da Serra do Mar
(lá vai o trem)
Curitiba é o ponto de partida
E até Paranaguá você vai ter muito prazer
Bolinho da Graxa, Véu da Noiva, Marumbi
Beleza como esta você só encontra aqui
Uh uh lá vai o trem
Lá vem o trem
Vestido de gala
No meio da floresta
Fazendo uma festa
(lá vem o trem)
Lá vai o trem
São anos de glória
Fazendo história no Paraná
(lá vai o trem)
Fonte: http://letras.terra.com.br/blindagem/109932/
Agora que você acabou de ler (caso queira ouví-la é só digitar o endereço citado como fonte) tente realizar um mapa com as informações contidas na canção. Use seus conhecimentos já adquiridos e não se preocupe com as formas, os mapas mentais não precisam ser lindos e maravilhosos mas precisam, unicamente, representar aquilo que sabemos fazer.
Essa é a função dos mapas mentais, demonstrarem que mapas não precisam ser lindos e maravilhosos para serem funcionais. Muitas vezes alguns rabiscos são muito mais eficazes do que plantas de ruas extremamente elaboradas por sofisticados programas de computadores.
Depois de testar suas habilidades em produzir mapas mentais a partir de informações que você não conhece chegou o momento derradeiro da nossa atividade.
Ao realizar essa atividade pegue uma lista telefônica e compare as duas produções, o seu mapa mental com o mapa apresentado na lista telefônica que indica o mesmo trajeto que você representou (da sua casa até sua escola) e perceba quais as diferenças mais evidentes. Tudo o que você representou faz parte do seu mundo vivido, do seu lugar. Agora tente imaginar esse mesmo trajeto quando você era criança, o que você representaria no seu desenho? As mesmas coisas? Ou muita coisa já mudou no lugar onde você vive? Entendeu a função dos mapas mentais?
REFERÊNCIAS
CAMPOS, Dinah Martins de S. Psicologia da Aprendizagem. Vozes (RJ), 1983, 14ª edição.
MATOZO, Marcus Antonio. Mapas Mentais Digitais: do Pictórico ao Convencional. Propostas em Representação e Ensino de Geografia. Dissertação de Mestrado. UFPR. 2009.
SANTOS, Milton. A natureza do espaço: técnica e tempo, razão e emoção. São Paulo. Hucitec. 1996.
TÖNNIES, Ferdinand. Comuidade e Sociedade.In: MIRANDA, Orlando (Org.).
Para Ler Ferdinand Tönnies. São Paulo: Edusp, 1995.
TUAN, Yi-Fu. Topofilia – Um estudo de percepção, atitudes e valores do meio
ambiente. (Tradução de Lívia de Oliveira). São Paulo, DIFEL. 1980.
ACESSOS VIA INTERNET
Agora observe esse outro mapa
Fonte: http://maps.google.com.br/maps
SERÁ QUE O CONCEITO DENTRO DESSE MAPA É O MESMO DO MAPA ANTERIOR OU NÃO? DISCUTA COM SEUS COLEGAS E ELABORE UMA RESPOSTA JUSTIFICANDO SUAS POSIÇÕES.
O primeiro passo foi dado, agora vamos fazer outro trajeto? Os navegadores dos séculos XV e XVI tinham os mapas como principal ferramenta a bordo. Você já parou pra pensar como eram carregados de significações os primeiros mapas que foram confeccionados? A confecção dos primeiros mapas tinha muito mais ligação com o conceito de lugar do que com o conceito de espaço.
Os primeiros mapas foram confeccionados por vários motivos, dentre eles, o de demonstrar até onde os navegadores conseguiram chegar, uma forma de comprovar para os seus financiadores de viagens que realmente conseguiram atingir seus objetivos. Mas imagine a seguinte situação: você realizou uma viagem para uma determinada cidade e precisa comprovar que realmente você esteve lá. Você poderia responder que algumas fotos ou um vídeo resolveria seu problema, mas, se isso fosse no século XVI?
Historicamente a evolução dos mapas tem um caminho trilhado e precisamos lembrar que assim como as paisagens se modificam (os espaços não são estáticos, lembra?) o homem também evoluiu ao longo dos tempos. Os homens primitivos conseguiram evoluir descobrindo novas ferramentas, novas formas de organização das caçadas, mas principalmente quando deixou de ser nômade e tornou-se sedentário, isso lhe conferiu grandes vantagens no seu convívio social. Observe o texto a seguir:
A evolução social, muito debatida pela sociologia, é fruto da convivência do homem em comunidades e as trocas de informações entre os membros da comunidade foram vitais para um longo processo de formação cultural. Pais repassavam informações para os filhos, caçadores mais experientes dividiam possibilidades com outros caçadores e assim sucessivamente. O sociólogo alemão Ferdinand Tönnies (1995) nos ajuda a pensar essa evolução social. Para esse autor “a comunidade é definida pelo ato de se viver junto, de modo íntimo, privado e exclusivo, como uma família, nos grupos de parentescos e nas aldeias camponesas”Através dos séculos, por meio da aprendizagem, cada geração foi capaz de aproveitar-se das experiências e das descobertas das gerações anteriores, como também, por sua vez ofereceu sua contribuição para o crescente patrimônio do conhecimento e das técnicas humanas." (CAMPOS, 1983:15)
Assim como o homem evoluiu na sua convivência, saindo de um sistema de comunidade para um sistema de sociedade, os mapas evoluíram na mesma proporção.
As sociedades foram de modernizando, foram criando novas tecnologias, as formas de pensar os mapas também foram se adaptando ao longo do tempo. Os primeiros mapas eram verdadeiras obras de arte, no sentido pleno da palavra. Seu autor transportava para o papel (tecido, couro ou madeira) toda sua competência na arte de produzir imagens. Um bom exemplo de mapa antigo é esse lindo mapa da costa brasileira. Ele foi pintado na cidade portuária de Dieppe, na França em 1538. O que você nota de diferente nesse mapa? É o Brasil mesmo?
Fonte: http://www.serqueira.com.br/mapas/lob.html (acesso 30/09/2010)
Cada mapa produzido tem uma função específica que pode ser evidenciar o clima de uma determinada região, as formas do relevo, o índice populacional de uma cidade, enfim, os mapas têm sim uma FINALIDADE.
Mas como podemos usar um mapa para perceber nosso lugar? Como é possível usar o conhecimento que temos a nosso favor? A proposta é a utilização dos MAPAS MENTAIS.
Quando representamos algo num desenho, num papel, representamos segundo nossas influências culturais desenvolvidas ao longo de nossa vida. Quando desenhamos uma casa, uma árvore, uma fábrica para indicar uma localização num provável “mapinha de endereço” para um amigo encontrar nossa casa, por exemplo, estamos criando um mapa mental.
Os mapas mentais tornam-se então representações do cotidiano do indivíduo, daquilo que ele entende como necessário para se locomover pela cidade. Quando sua reprodução se dá num plano (papel), esses signos construídos vêm à tona e são transpostos, tornam-se a realidade do mundo do seu autor. (MATOZO, 2009:39)
Diante disso, realize a leitura da canção de LÁ VAI O TREM
Lá Vai o Trem
Banda Blindagem (vocal Ivo Rodrigues)
(Paulo Teixeira, Alberto Rodrigues, Pato Romero e Paulo Juk)
Uh uh lá vai o trem
Lá vai o trem
Furando montanhas
Seguindo um caminho
De sonho e coragem
(lá vai o trem)
Lá vai o trem
Levando sobre os trilhos
O fruto do trabalho
Do homem da terra
(lá vai o trem)
Uh uh lá vai o trem
Lá vai o trem
Beijando a natureza
Mostrando a beleza
Da Serra do Mar
(lá vai o trem)
Curitiba é o ponto de partida
E até Paranaguá você vai ter muito prazer
Bolinho da Graxa, Véu da Noiva, Marumbi
Beleza como esta você só encontra aqui
Uh uh lá vai o trem
Lá vem o trem
Vestido de gala
No meio da floresta
Fazendo uma festa
(lá vem o trem)
Lá vai o trem
São anos de glória
Fazendo história no Paraná
(lá vai o trem)
Fonte: http://letras.terra.com.br/blindagem/109932/
Agora que você acabou de ler (caso queira ouví-la é só digitar o endereço citado como fonte) tente realizar um mapa com as informações contidas na canção. Use seus conhecimentos já adquiridos e não se preocupe com as formas, os mapas mentais não precisam ser lindos e maravilhosos mas precisam, unicamente, representar aquilo que sabemos fazer.
Essa é a função dos mapas mentais, demonstrarem que mapas não precisam ser lindos e maravilhosos para serem funcionais. Muitas vezes alguns rabiscos são muito mais eficazes do que plantas de ruas extremamente elaboradas por sofisticados programas de computadores.
Depois de testar suas habilidades em produzir mapas mentais a partir de informações que você não conhece chegou o momento derradeiro da nossa atividade.
Ao realizar essa atividade pegue uma lista telefônica e compare as duas produções, o seu mapa mental com o mapa apresentado na lista telefônica que indica o mesmo trajeto que você representou (da sua casa até sua escola) e perceba quais as diferenças mais evidentes. Tudo o que você representou faz parte do seu mundo vivido, do seu lugar. Agora tente imaginar esse mesmo trajeto quando você era criança, o que você representaria no seu desenho? As mesmas coisas? Ou muita coisa já mudou no lugar onde você vive? Entendeu a função dos mapas mentais?
REFERÊNCIAS
CAMPOS, Dinah Martins de S. Psicologia da Aprendizagem. Vozes (RJ), 1983, 14ª edição.
MATOZO, Marcus Antonio. Mapas Mentais Digitais: do Pictórico ao Convencional. Propostas em Representação e Ensino de Geografia. Dissertação de Mestrado. UFPR. 2009.
SANTOS, Milton. A natureza do espaço: técnica e tempo, razão e emoção. São Paulo. Hucitec. 1996.
TÖNNIES, Ferdinand. Comuidade e Sociedade.In: MIRANDA, Orlando (Org.).
Para Ler Ferdinand Tönnies. São Paulo: Edusp, 1995.
TUAN, Yi-Fu. Topofilia – Um estudo de percepção, atitudes e valores do meio
ambiente. (Tradução de Lívia de Oliveira). São Paulo, DIFEL. 1980.
ACESSOS VIA INTERNET
http://www.serqueira.com.br/mapas/lob.html (acesso 30/09/2010)
http://www.dicionariodoaurelio.com/ (acesso 30/09/2010)
http://maps.google.com.br/maps (acesso 30/09/2010)
http://www.ibge.gov.br/ibgeteen/atlasescolar/mapas_brasil.shtm (acesso 30/09/2010)
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